Propus-me escrever para as Mulheres. Meninas, Raparigas, Adolescentes, Mulheres nos Trintas, nos entas, e por aí fora. Escrever sobre o que sinto, o que aprendi com outras Mulheres e também com os Homens que amei e desamei (ai tantos Homens) ao longo da vida. Feminista me confesso e me assumi, ainda antes de me sentir Mulher. Escrevo como falo com as minhas alunas adolescentes, da sua melancolia, dos seus primeiros amores, da sua iniciação sexual: escrevo como falo com outras mulheres, de sexo, da falta dele, da importância dele, ou da nenhuma importância dele; escrevo como falo com as mulheres que são vítimas de abuso e onde podem ir buscar ajuda. Escrevo sobre o que vejo, o que penso, o que sinto, escrevo sobre o amor e o entusiasmo de estar viva mais um dia. Escrevo sobre a velhice, hei-de escrever sobre a morte. Um dia, quando lá chegar.
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